BOLETIM EPARREI ONLINE Casa de Cultura da Mulher Negra Santos/SP Edição de março de 2004
Palavras da Editora
Naquele 21 de março de 1960, data do massacre de Sharpeville, ocorreu um dos momentos mais trágicos do regime racista sul-africano, com o fuzilamento de 69 pessoas, entre elas mulheres e crianças, além de cerca de 200 feridos, num protesto pacífico contra as leis do apartheid. A data 21 de março foi transformada pela ONU, em 1976, no Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. E foi na proximidade dessa data, que o Comitê da ONU que monitora o cumprimento da Convenção Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, divulgou críticas ao Brasil pelo Relatório (cobrindo o período de 1997 a 2002), que documenta a política de combate ao racismo e à discriminação no Brasil. Segundo o Comitê, as leis para coibir a discriminação são "raramente aplicadas" no País. Cabe ao atual governo e aos/às nossos/as representantes dar uma resposta melhor para o apartheid brasileiro, através de ações e informações que nos faltam para saber a quantas andam os projetos de mudança. Até agora não sabemos o que rola e enrola neste cenário. Foi também neste mês de março (dia 14) que comemoramos os 90 anos de Abdias do Nascimento e constatamos que as denúncias e questionamentos do começo de sua militância ainda são atuais e que muito pouco foram mudadas as estatísticas da população negra nas últimas décadas. Nós, afro-descendentes, precisamos aprender a respeitar as nossas lideranças de ontem e de hoje. Por ser um dos semeadores de nosso movimento por direitos,antes de tudo, humanos, nossa admiração ao líder e mestre Abdias.
Alzira Rufino
Abdias do Nascimento: 90 anos
Dados biográficos: Ativista do movimento negro, professor, artista plástico, escritor, poeta, dramaturgo, foi senador e secretário de estado no RJ, professor emérito da Universidade do Estado de Nova Iorque, professor visitante nas universidade de Yale e no departamento de línguas e literaturas da Universidade de Ifé, na Nigéria. Fundou em 1944 o Teatro Experimental do Negro no Rio de Janeiro. É autor de mais de uma dezena de publicações sobre racismo, suas peças teatrais e religiosidade de matriz africana. Prof.Abdias está sendo indicado para o Prêmio Nobel da Paz pelo Instituto de Advocacia Racial e Ambiental. Com apoio de autoridades brasileiras. Homenagens Um ato ecumênico na Igreja N.S. do Rosário dos Pretos, dia 14/03 e um jantar no dia 15/3 no Rio de Janeiro, deram início ao ciclo de homenagens aos 90 anos de Abdias do Nascimento. Presentes a Ministra Matilde Ribeiro, o ex-governador Leonel Brizola, Prof Ubiratan Araújo, presidente da Fundação Palmares, as artistas Lea Garcia e Ruth de Souza do Teatro Experimental do Negro, o secretário de Direitos Humanos do RJ, coronel Jorge da Silva, Alzira Rufino, presidente da Casa de Cultura da Mulher Negra e editora de Eparrei (Revista e Boletim Online), lideranças do movimento negro, de partidos e de igrejas e terreiros, escritores e o professor Anani Dzidzienyo (Gana), titular na Universidade Brown de Providence, nos EUA, que viajou para o Brasil especialmente para o aniversário do Prof. Abdias. As homenagens continuaram no dia 18/03 na Assembléia Legislativa do RJ e no dia 22/03, em Brasília no Palácio do Itamaraty, por ocasião da abertura do seminário "América do Sul, África-Brasil 2004", com a presença do Presidente Lula.
Foto AE
Depoimentos no Ato Ecumênico e Jantar de Confraternização Entrevistas : Eliane Almeida e Ori Wani - Equipe Eparrei
Ministra Matilde Ribeiro - Secretaria Especial de Políticas para a Igualdade Racial 90 anos de Abdias significa manter viva na memória do Brasil a resistência de nós negros. No ano de 1914 certamente foi a inspiração que recebeu para sua atuação na época, a memória da escravidão estava muito próxima, as marcas estão aí nos nossos dias, a exclusão, a pobreza, a não valorização da nossa condição de ser negro. Abdias do Nascimento inspira vida!
Atriz Léa Garcia (Atriz do Teatro Experimental do Negro e ex-esposa de Abdias)Ele já nasceu com esse sentimento de luta. É um momento que todos nós temos que reverenciá-lo por toda sua luta e sofrimento.
Abdias do Nascimento Filho Meu pai o conheço há 50 anos. É uma pessoa difícil de não se admirar.
Justo de Carvalho Silva - Fundador do IPCN (Instituto de Pesquisas das Culturas Negras)Teve coragem de começar e a gente vai reacendendo a lareira. A sociedade no contexto social nos quer na cozinha. Somos o povo que construiu a base cultural desse país.
Valkíria Almeida Carvalho Silva - Bibliotecária Abdias do Nascimento é importante para a cultura afro brasileira do país de uma maneira geral. Conheci o professor Abdias numa palestra. A partir daí, comecei a ler tudo o que escrevia. É uma pessoa que agente respeita e admira.
Ivanir dos Santos- CEAP/ Seppir Homenagem em vida é muito importante. Sua liderança é uma unanimidade dentro do Mov. Negro em nível nacional, independentemente de qualquer tendência. Temos que reafirmar e levar adiante tudo aquilo pelo qual lutou.
Aduní Benton-Teatro Ícone negro brasileiro. Passou por todas estâncias políticas e sociais. Lendo sobre o Teatro Experimental do Negro criamos a "Cia. É tudo cena".
Prof. Dr. Jacques d' Adesky - Universidade Cândido Mendes É uma luz que surge na década de 30. Trabalho, militância, figura intelectual que deixa uma obra importantíssima. Liderança reconhecida pela comunidade negra.
Henrique Cunha Júnior -Professor universitário da UFCE; Presidente da Associação de Pesquisadores Negros Meu pai com 96 anos me descreveu e chegada dele em São Paulo como um menino que chegou de Franca cheio de idéias para conversar com ele e com o Professor Correia Leite. Isso já faz cerca de mais de meio século. Não poderia deixar de vir homenageá-lo.
Joselina da Silva - Pesquisadora do Centro de Estudos Afro Brasileiros da Universidade Cândido Mendes Abdias é um dos grandes remanescentes que temos do período de organização do Movimento Negro, nos anos Pós-Varguismo, anos difíceis, ao mesmo tempo, anos de recuperação da democratização e luta no país. Abdias é esse baluarte. Está além do Movimento Negro. Além de uma liderança nossa é uma sumidade nacional. É uma pessoa que discute esse país enquanto nação. É um mito, por isso viemos de várias partes do mundo e do país para homenageá-lo.
Maria Isabel Pereira - Juíza da Irmandade Nossa Sra. do Rosário dos Pretos RJ Uma pessoa de suma importância por ser uma pessoa histórica.
Maurílio da Silva - Presidente do IPCN Abdias ao longo de sua trajetória passou por vários movimentos. Na questão do Pan-Africanismo, Frente Negra Brasileira, Teatro Experimental do Negro, política eleitoral, como Deputado, Senador, como Secretário, enfim, simboliza no movimento negro contemporâneo a luta anti-racista.
Ruth de Souza - Atriz do Teatro Experimental do Negro Chegar aos 90 anos é sempre lindo. Para mim como atriz, o mais importante que Abdias fez foi fundar o Teatro Experimental do Negro que provou que nós negros podíamos ser atores."
José Carlos Félix - Mov. Negro de Cabo Frio/ Comunidade Negra Universitária O Senador Abdias do Nascimento tem a importância de ser o mentor dos últimos 50 ou 70 anos de trajetória política e cultural do negro no país. Abriu muitas portas.
Professora Vanda de Souza - Ouvidora da Petrobrás 90 anos de Abdias é o símbolo da nossa resistência de luta, é a garra, é a nossa determinação constante contra a intolerância.
Professor Ubiratan - Pres. da Fundação Cultural Palmares Ele significa o testemunho de uma vida pela igualdade. É o símbolo na luta contra o racismo.
Ana Felippe Garcia - Memória Lélia Gonzalez Significa a permanência de uma luta. Fica dos 90 anos de Abdias que temos muito ainda que caminhar. Que as idéias que ele concebeu lá atrás se efetivem como liberdade para o povo negro como desenvolvimento e equilíbrio para todo o mundo. É uma bandeira que temos que levar adiante. Para a comunidade negra, as coisas continuam como nos anos 40.
Hilton Ferreira - MNU Abdias é a própria história do Mov. Negro. Nessa reunião, estão negros de todas as partes, de denominações religiosas, partidos, correntes. É o resultado da posição que ele ocupa dentro do Mov. Negro.
Ruth Pinheiro É com alegria que o vemos nos seus 90 anos com discursos inflamados nos incentivando a continuar a luta.
Nilton Cobra - Diretor Cia dos Comuns A Cia dos Comuns foi criada também para resgatar o trabalho dele desde a década de 40. Comecei em teatro a partir do que li sobre o TEN.
Carmem Luz - Artista (lendo um texto ) Abaixo o racismo e a humilhação do homem. Viva Abdias do Nascimento!
Dr. Humberto Adami - Instituto de Advocacia Racial e Ambiental do RJ A história de luta de Abdias pelos direitos humanos é um motivo que levou o Instituto de Advocacia Racial e Ambiental do RJ a indicá-lo para Prêmio Nobel da Paz. É uma causa que toda sociedade brasileira deve abraçar.
Rosália Lemos - Secretária Municipal da Coordenação dos Direitos das Mulheres de Niterói/RJ. Sem dúvida é o nosso ícone e nos deixa um legado. Nos seus 90 anos, consegue fazer uma leitura crítica e atual da sociedade.
Osíris Larkin do Nascimento O que meu pai fez mudou muitas coisas no Brasil e abriu caminhos. É a concretização de um trabalho muito sofrido mas que mudou muitas coisas.
Lia Vieira/Aspecab Representa um século de Axé e esperança com respeito e postura às nossas origens e religiosidade. Apresentar os instrumentais para a resistência é um dos legados que Abdias nos deixa.
Haroldo Costa - Ator, produtor, compositor e historiador da música popular Um homem de teatro, artista plástico, político sempre voltado para identificar o homem e a mulher negra do Brasil. É um dos homens mais importantes da nossa história mais recente. Ao longo de sua vida, não poderia poupar um dia no sentido de luta para dignificar a auto-estima do negro brasileiro.
A CASA DE CULTURA DA MULHER NEGRA convida para visitar seu novo site, que tem como proposta contribuir para a socialização de informações sobre raça e gênero:
Desenvolvido desde 2003 na Escola Polivalente de Aratu, o Projeto Poliafromúsica tem como objetivo contribuir para que alunos, educadores e comunidade tomem consciência da sua responsabilidade na transformação das relações de desigualdades e discriminação , despertando a consciência da diversidade racial/étnica como riqueza e não como um problema.
Deus quando criou a terra Criou os animais e disse ao leão Aqui esta a floresta Criou o peixe e disse Aqui esta o mar E de todas essas criaturas criou o homem Mas ele não disse Aqui esta a raça negra Aqui esta a raça branca Mas sim ele disse Aqui esta a raça humana.
A Escola polivalente de Aratu foi construída em Simões Filho-Ba através de doações da Igreja Evangélica Luterana da Alemanha e inaugurada em 06 de agosto de 1976 tendo como idealizador, construtor e representante da Igreja Luterana no Brasil, o Pastor e Professor Paulo Ricardo Klaudat que ainda hoje professor da escola. O Poli (como é carinhosamente chamado pelos alunos) funciona em convênio com o governo do Estado da Bahia, atendendo atualmente a 1.332 alunos nos turnos matutino, vespertino e noturno com o Ensino Fundamental de 5ª à 8ª séries, Ensino Médio regular e Educação de Jovens e Adultos III no turno noturno. A equipe administrativa atual é formada pelos professores: Maria aparecida dos Santos Conceição (diretora), Elaine Rodrigues (vice-diretora vespertino). Ademair Amorim de Jesus (coordenadora pedagógica noturno), Maria do Nascimento Castro (Naná) e Ana Simone Souza. O Poli funciona com trinta e cinco professores nos três turnos, tendo como equipe participante do projeto, os professores: Alvaí, Denilson, Davi, Jamerson, Josafá, , Kátia, Luzia, Mariluce, Moisés, Paulo Cunha, Paulo Klaudat, Rafael, Rosane, Rosanna, Sheila, Vera Buri. A escola sempre teve como lema “Educando por Amor” Por entender que devemos retribuir ao próximo o amor que recebemos de Deus que nos amou primeiro. Ademair Amorim de Jesus Assista a um video sobre o Poli Contato: poliafromusica@gmail.com
Simões Filho na Vanguarda
Por Valdelice da Silva Sacramento* Emblemática como ela é, Simões Filho, cidade limítrofe com Salvador, capital baiana, e a maior cidade negra fora da África, deu no último dia 17, uma verdadeira idéia do que significa ser a segunda cidade com maior número de negros da Bahia. Um projeto inovador acaba de ser lançado em comemoração ao dia da “Consciência Negra” e promete ser parte do cotidiano do município. Trata-se do “Poliafromúsica” que em definição própria de seus idealizadores tem como objetivo “contribuir para que alunos, educadores e comunidade tomem consciência da sua responsabilidade na transformação das relações de desigualdades e discriminação, despertando a consciência da diversidade racial/étnica como riqueza e não como um problema”. Sem dúvida, mereceu o louvor de todos os que participaram do lançamento do projeto; a partir de agora veremos muitos frutos desse trabalho espalhado pelo Brasil. E a Bahia, mais uma vez, mostra que seus 417 municípios têm muito a contribuir, mas coube a Simões Filho o papel de vanguarda na demanda que desperta a consciência da diversidade. *Valdelice da Silva Sacramento é aluna do 1º e 2º ano sala P
BOLETIM EPARREI ONLINE
ResponderExcluirCasa de Cultura da Mulher Negra
Santos/SP
Edição de março de 2004
Palavras da Editora
Naquele 21 de março de 1960, data do massacre de Sharpeville, ocorreu um dos momentos mais trágicos do regime racista sul-africano, com o fuzilamento de 69
pessoas, entre elas mulheres e crianças, além de cerca de 200 feridos, num protesto pacífico contra as leis do apartheid. A data 21 de março foi transformada pela ONU, em 1976, no Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.
E foi na proximidade dessa data, que o Comitê da ONU que monitora o cumprimento da Convenção Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, divulgou
críticas ao Brasil pelo Relatório (cobrindo o período de 1997 a 2002), que documenta a política de combate ao racismo e à discriminação no Brasil. Segundo
o Comitê, as leis para coibir a discriminação são "raramente aplicadas" no País.
Cabe ao atual governo e aos/às nossos/as representantes dar uma resposta melhor para o apartheid brasileiro, através de ações e informações que nos faltam para
saber a quantas andam os projetos de mudança. Até agora não sabemos o que rola e enrola neste cenário.
Foi também neste mês de março (dia 14) que comemoramos os 90 anos de Abdias do Nascimento e constatamos que as denúncias e questionamentos do começo de sua militância ainda são atuais e que muito pouco foram mudadas as estatísticas da
população negra nas últimas décadas.
Nós, afro-descendentes, precisamos aprender a respeitar as nossas lideranças de ontem e de hoje. Por ser um dos semeadores de nosso movimento por direitos,antes de tudo, humanos, nossa admiração ao líder e mestre Abdias.
Alzira Rufino
Abdias do Nascimento: 90 anos
Dados biográficos:
Ativista do movimento negro, professor, artista plástico, escritor, poeta, dramaturgo, foi senador e secretário de estado no RJ, professor emérito da Universidade do Estado de Nova Iorque, professor visitante nas universidade de Yale e no departamento de línguas e literaturas da Universidade de Ifé, na Nigéria.
Fundou em 1944 o Teatro Experimental do Negro no Rio de Janeiro.
É autor de mais de uma dezena de publicações sobre racismo, suas peças teatrais e religiosidade de matriz africana.
Prof.Abdias está sendo indicado para o Prêmio Nobel da Paz pelo Instituto de Advocacia Racial e Ambiental. Com apoio de autoridades brasileiras.
Homenagens Um ato ecumênico na Igreja N.S. do Rosário dos Pretos, dia 14/03 e um jantar no dia 15/3 no Rio de Janeiro, deram início ao ciclo de homenagens aos
90 anos de Abdias do Nascimento.
Presentes a Ministra Matilde Ribeiro, o ex-governador Leonel Brizola, Prof Ubiratan Araújo, presidente da Fundação Palmares, as artistas Lea Garcia e
Ruth de Souza do Teatro Experimental do Negro, o secretário de Direitos Humanos
do RJ, coronel Jorge da Silva, Alzira Rufino, presidente da Casa de Cultura da Mulher Negra e editora de Eparrei (Revista e Boletim Online), lideranças do
movimento negro, de partidos e de igrejas e terreiros, escritores e o professor Anani Dzidzienyo (Gana), titular na Universidade Brown de Providence, nos EUA, que
viajou para o Brasil especialmente para o aniversário do Prof. Abdias.
As homenagens continuaram no dia 18/03 na Assembléia Legislativa do RJ e no dia 22/03, em Brasília no Palácio do Itamaraty, por ocasião da abertura do seminário "América do Sul, África-Brasil 2004", com a presença do Presidente
Lula.
Foto AE
Depoimentos no Ato Ecumênico e Jantar de Confraternização
Entrevistas : Eliane Almeida e Ori Wani - Equipe Eparrei
Ministra Matilde Ribeiro - Secretaria Especial de Políticas para a Igualdade Racial
90 anos de Abdias significa manter viva na memória do Brasil a resistência de nós negros.
No ano de 1914 certamente foi a inspiração que recebeu para sua atuação na época, a memória da escravidão estava muito próxima, as marcas estão aí nos
nossos dias, a exclusão, a pobreza, a não valorização da nossa condição de ser negro. Abdias do Nascimento inspira vida!
Atriz Léa Garcia (Atriz do Teatro Experimental do Negro e ex-esposa de Abdias)Ele já nasceu com esse sentimento de luta. É um momento que todos nós temos que
reverenciá-lo por toda sua luta e sofrimento.
Abdias do Nascimento Filho
Meu pai o conheço há 50 anos. É uma pessoa difícil de não se admirar.
Justo de Carvalho Silva - Fundador do IPCN (Instituto de Pesquisas das Culturas Negras)Teve coragem de começar e a gente vai reacendendo a lareira. A sociedade no contexto social nos quer na cozinha. Somos o povo que construiu a base cultural
desse país.
Valkíria Almeida Carvalho Silva - Bibliotecária Abdias do Nascimento é importante para a cultura afro brasileira do país de uma maneira geral. Conheci o professor Abdias numa palestra. A partir daí, comecei a ler tudo o que escrevia. É uma pessoa que agente respeita e admira.
Ivanir dos Santos- CEAP/ Seppir
Homenagem em vida é muito importante. Sua liderança é uma unanimidade dentro do
Mov. Negro em nível nacional, independentemente de qualquer tendência. Temos que reafirmar e levar adiante tudo aquilo pelo qual lutou.
Aduní Benton-Teatro Ícone negro brasileiro. Passou por todas estâncias políticas e sociais. Lendo sobre o Teatro Experimental do Negro criamos a "Cia. É tudo cena".
Prof. Dr. Jacques d' Adesky - Universidade Cândido Mendes
É uma luz que surge na década de 30. Trabalho, militância, figura intelectual que deixa uma obra importantíssima. Liderança reconhecida pela comunidade negra.
Henrique Cunha Júnior -Professor universitário da UFCE; Presidente da Associação de Pesquisadores Negros Meu pai com 96 anos me descreveu e chegada dele em São Paulo como um menino que
chegou de Franca cheio de idéias para conversar com ele e com o Professor Correia Leite. Isso já faz cerca de mais de meio século. Não poderia deixar de vir homenageá-lo.
Joselina da Silva - Pesquisadora do Centro de Estudos Afro Brasileiros da Universidade Cândido Mendes Abdias é um dos grandes remanescentes que temos do período de organização do
Movimento Negro, nos anos Pós-Varguismo, anos difíceis, ao mesmo tempo, anos de recuperação da democratização e luta no país. Abdias é esse baluarte. Está além
do Movimento Negro. Além de uma liderança nossa é uma sumidade nacional. É uma pessoa que discute esse país enquanto nação. É um mito, por isso viemos de
várias partes do mundo e do país para homenageá-lo.
Maria Isabel Pereira - Juíza da Irmandade Nossa Sra. do Rosário dos Pretos RJ Uma pessoa de suma importância por ser uma pessoa histórica.
Maurílio da Silva - Presidente do IPCN
Abdias ao longo de sua trajetória passou por vários movimentos. Na questão do Pan-Africanismo, Frente Negra Brasileira, Teatro Experimental do Negro,
política eleitoral, como Deputado, Senador, como Secretário, enfim, simboliza no movimento negro contemporâneo a luta anti-racista.
Ruth de Souza - Atriz do Teatro Experimental do Negro
Chegar aos 90 anos é sempre lindo. Para mim como atriz, o mais importante que Abdias fez foi fundar o Teatro Experimental do Negro que provou que nós negros
podíamos ser atores."
José Carlos Félix - Mov. Negro de Cabo Frio/ Comunidade Negra Universitária
O Senador Abdias do Nascimento tem a importância de ser o mentor dos últimos 50 ou 70 anos de trajetória política e cultural do negro no país. Abriu muitas
portas.
Professora Vanda de Souza - Ouvidora da Petrobrás
90 anos de Abdias é o símbolo da nossa resistência de luta, é a garra, é a nossa determinação constante contra a intolerância.
Professor Ubiratan - Pres. da Fundação Cultural Palmares
Ele significa o testemunho de uma vida pela igualdade. É o símbolo na luta contra o racismo.
Ana Felippe Garcia - Memória Lélia Gonzalez
Significa a permanência de uma luta. Fica dos 90 anos de Abdias que temos muito ainda que caminhar. Que as idéias que ele concebeu lá atrás se efetivem como
liberdade para o povo negro como desenvolvimento e equilíbrio para todo o mundo. É uma bandeira que temos que levar adiante. Para a comunidade negra, as coisas continuam como nos anos 40.
Hilton Ferreira - MNU
Abdias é a própria história do Mov. Negro. Nessa reunião, estão negros de todas as partes, de denominações religiosas, partidos, correntes. É o resultado da
posição que ele ocupa dentro do Mov. Negro.
Ruth Pinheiro
É com alegria que o vemos nos seus 90 anos com discursos inflamados nos incentivando a continuar a luta.
Nilton Cobra - Diretor Cia dos Comuns
A Cia dos Comuns foi criada também para resgatar o trabalho dele desde a década de 40. Comecei em teatro a partir do que li sobre o TEN.
Carmem Luz - Artista (lendo um texto )
Abaixo o racismo e a humilhação do homem. Viva Abdias do Nascimento!
Dr. Humberto Adami - Instituto de Advocacia Racial e Ambiental do RJ
A história de luta de Abdias pelos direitos humanos é um motivo que levou o Instituto de Advocacia Racial e Ambiental do RJ a indicá-lo para Prêmio Nobel
da Paz. É uma causa que toda sociedade brasileira deve abraçar.
Rosália Lemos - Secretária Municipal da Coordenação dos Direitos das Mulheres
de Niterói/RJ.
Sem dúvida é o nosso ícone e nos deixa um legado. Nos seus 90 anos, consegue fazer uma leitura crítica e atual da sociedade.
Osíris Larkin do Nascimento
O que meu pai fez mudou muitas coisas no Brasil e abriu caminhos. É a concretização de um trabalho muito sofrido mas que mudou muitas coisas.
Lia Vieira/Aspecab
Representa um século de Axé e esperança com respeito e postura às nossas origens e religiosidade. Apresentar os instrumentais para a resistência é um dos legados que Abdias nos deixa.
Haroldo Costa - Ator, produtor, compositor e historiador da música popular Um homem de teatro, artista plástico, político sempre voltado para identificar
o homem e a mulher negra do Brasil. É um dos homens mais importantes da nossa
história mais recente. Ao longo de sua vida, não poderia poupar um dia no sentido de luta para dignificar a auto-estima do negro brasileiro.
A CASA DE CULTURA DA MULHER NEGRA convida
para visitar seu novo site, que tem como proposta contribuir para a socialização de informações sobre raça e gênero: